SÉCULO XII | XVI-XVII | 1974
Construída no final do século XVI, a grande reforma do edifício
deu-se na segunda metade do século XVIII.
Pela necessidade de conferir espaço à Estrada Nacional 109, a
igreja setecentista ad orientem, com a fachada à face da estrada, foi
demolida em 1972, construindo-se em 1974 nova igreja, que reconfigurou a
orientação de sul para norte. O projeto da autoria do arquiteto António Madeira
Portugal aplicou os elementos estéticos da primitiva igreja na fachada,
reutilizando-se o portal, e idêntica configuração da torre sineira de 1865,
mantendo posicionado no interior da galilé um primitivo arco em pedra calcária e
lápide epigráfica de finais do século XVI.
Na ampla nave encontram-se, ao culto, as imagens de São Tiago (século
XVI) e de Nossa Senhora do Rosário (século XVIII), destacando-se o órgão de
tubos à direita, inaugurado em 2005. Do seu primitivo património móvel tem
particular valia a custódia paroquial de Vagos, exemplar de ourivesaria
regional da transição do século XVI-XVII e a imagem de São Marcos, em madeira
do século XV.
Existiam, primitivamente, além do retábulo da capela-mor, mais
dois retábulos colaterais em ângulo junto ao arco cruzeiro, o do Espírito Santo
e o da Senhora do Rosário, e duas capelas na nave, a do Senhor Jesus ou
Santíssimo Sacramento e o retábulo da Senhora da Vitória, totalizando cinco
altares desaparecidos.
A romaria de Nossa Senhora de Vagos celebra-se na segunda-feira a
seguir ao domingo de Espírito Santo e a festa litúrgica de São Tiago no dia 25
de julho.
Cronologia:
1139 - Vagos aparece mencionado, com referência documental mais antiga,
no "Livro Santo" do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, pelo
testamento de Telo Mendes doando este Mosteiro propriedades "... quas
habeo hereditario jure ex meis parentibus ... in Vaagos."
1220 - Conforme as Inquirições, a igreja de Vagos é dedicada ao apóstolo
São Tiago, no caminho de peregrinação até Compostela pelo litoral, de padroado
régio com a Ermitania de Santa Maria de Vagos, possuindo os templários um casal
e uma marinha.
1281 – É concedido ao rei Dom Dinis por tempo de três anos, pela bula do
papa João XXII, um subsídio da décima de todas as rendas eclesiásticas do Reino
para a guerra contra os mouros, sendo, em 1321, a Igreja de São Tiago de Vagos
taxada pela Diocese de Coimbra em 160 libras, um quarto do valor taxado na
Igreja de Soza e o dobro do taxado na Igreja de Ílhavo.
1296-10-13 – Inquirição do rei D. Dinis e registo de foros impostos aos
moradores de Vagos, Sorães, Ílhavo e Verdemilho.
1380 – O senhorio de Vagos é dado a Gonçalo Gomes da Silva, 1ª senhor de
Vagos, alcaide-mor de Montemor-o-Velho e senhor de Tentúgal, Buarcos e Unhão,
embaixador do papa Urbano VI em Roma.
1412-02-26 - O rei D. João I confirma a doação da Vila de Vagos a João Gomes da
Silva, seu nobre cavaleiro que o havia de acompanhar, em 1419 na Conquista de
Ceuta com uma galé. O senhorio de Vagos, por descendência na família Telo
Meneses, teve o título de Conde de Aveiras e Marquês de Vagos.
1452 - A Igreja de Vagos é doada pelo rei D. Afonso V aos frades do
Mosteiro de São Marcos de Coimbra, da Ordem e Congregação de São Jerónimo,
fundado em 1395 pelo senhor de Vagos, João Gomes da Silva, passando a ser seu
padroado até 1834, altura em que foi extinto.
1514-08-12 – A Vila de Vagos recebe Foral do Rei D. Manuel I.
1721-05-17 – A Igreja de Vagos é descrita pela informação paroquial dada pelo
pároco, Frei Eusébio de Santa Clara.
1758-04-20 – A Igreja de Vagos é descrita pela informação paroquial dada pelo
pároco, Frei José de São Luís.
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IPA.00008675 - Rua do Dr. Mendes Correia
Portugal, Aveiro, Vagos, União das freguesias de Vagos e Santo
António
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